7.13.2017

4 sugestões giras para o quarto dos vossos filhos.

Sinto que o quarto delas está em eterna construção, qual Sagrada Família, mas sabe bem ir mudando algumas peças de decoração, brinquedos e livros (já andava a enjoar um bocado os da Patrulha Pata). 

1) Já temos uma colecção considerável de almofadas, mas, para já, não são demais. Agora que a Luísa dorme ali e partilham a cama (contei-vos aqui a novidade), forramos a parede e o chão com elas e, quando estão na cama durante o dia, acaba por funcionar como um sofá confortável. 

Unicórnios Let it Sweet

Almofada dos pandas Ternurinhas de Pano

2) Instrumentos musicais, apesar de me cansarem um bocadinho (alguém me cale o órgão na cozinha, pff!), são uma excelente forma de eles explorarem músicas e improvisarem. Esta guitarra nova é uma delícia (pelo menos enquanto não dão com ela na cabeça uma da outra).

Guitarra Fragosa
Vão estando atenta aos stories que todos os dias estas duas dão concerto


3) Livros nunca me parecem a mais. Adoro contar-lhes histórias (contamos todas as noites antes de dormir desde os 5 meses da Isabel - a Luísa ainda não liga muito) e é o que realmente gosto de coleccionar (acho o melhor presente de todos) e gosto de variar. 

Descobre o caminho no fundo do mar / o caminho na Selva (jogo/mapa interactivo) - Booksmile ( 20|20 Editora)







Histórias da Princesa Poppy - Booksmile ( 20|20 Editora)






4) Acessórios pendurados na cama e no tecto, que miúdo não gosta? Na minha adolescência punha autocolantes daqueles que brilham no escuro no tecto e nas paredes. Agora elas têm uma grinalda de bolas, uma de estrelas e umas nuvens queridas penduradas na cama.

Nuvens Cloudish







Vejam aqui:
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Já dormem as duas juntas!

Custou até tomar esta decisão mas foi. Quando estávamos em Barcelona, experimentámos pô-las a dormir em colchões no chão no mesmo quarto e a Luísa, que andava a acordar de 2 em 2 horas, fez 4h-3h e pareceu-nos uma eternidade a dormir e soube-me a cura de sono (até acordava durante a noite com medo de não a estar a ouvir... como se isso fosse possível). E elas pareceram gostar de adormecer juntas! Por isso, decidimos que quando voltássemos a casa, tentaríamos pô-las no mesmo quarto. Não correu tão bem quanto nas férias, mas continuaremos a tentar. Dormem as duas na mesma cama, uma em cada ponta. Não li nada sobre isto, foi o que nos pareceu fazer mais sentido (para não se atropelarem nem acordarem tanto) e para, caso seja preciso, eu ir lá dar-lhe mama, tendo espaço para me deitar.
 
Confesso que as viagens até lá me matam aos bocadinhos e que, para dormir melhor, a trago para a minha cama no último ciclo da noite (da manhã, mais propriamente), que é quando dorme melhor, e eu, por conseguinte, também.

Não sei se vai melhorar, se voltaremos a trazê-la para o nosso quarto: não sou de decisões definitivas, se achar que não nos está a fazer bem a todos, darei um passo atrás.

Sabe bem estar no quarto à noite a ver séries (ou a babar-me toda a tentar ver séries) de mãos dadas. Sinto que reconquistei essa parte e soube-nos bem. Mas, convenhamos, dormir está em primeiríssimo lugar. Não vamos desistir já, não vamos. Vamos ver como corre. Para já aguenta-se bem.




Vejam aqui mais:


Tenho coisas novas no quarto para vos mostrar: almofadas, nuvens lindas, uma guitarra e livros. Já está aqui: Sugestões giras para o quarto dos miúdos.


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Fazer tintas em casa: fácil, barato e divertido! (preparem o banho!)

No outro dia apercebi-me de que ainda não tinha posto a Luísa a pintar. É importante que, nesta fase, eles tenham contacto com diferentes sensações e texturas. É através do corpo que eles vão conhecendo o mundo. Deixei-me de preguiça e lá fui eu vestir-lhe um babete, buscar as digitintas (são umas da Djeco que se encontram na Fnac, na wook.pt, fisicamente na Didatic by Edicare - que foi onde comprei, no Colombo, quando a Isabel fez 18 meses - vejam só como era pequenina aqui!). Correu bem, muito bem. Estranhou, gostou, pintou com as mãos, os pés, as pernas, a cara (viram nas stories do instagram?)

Único senão: ela querer degustar as tintas. Apesar da senhora me ter dito que estas não seriam tóxicas (e são laváveis, é só passar por água), há sempre aquele receio. Foi então que pensei: se já fizemos plasticina caseira, há de haver maneira de fazer tintas caseiras!

E há, claro. Encontrei no pinterest mil e uma receitas e cá estão as duas que testei.


TINTAS COMESTÍVEIS DE IOGURTE 

- iogurte natural
- corantes alimentares (daqueles que se compram na zona dos chocolates para bolos e gelatinas)
OU
em tendo paciência ou alguma restrição alimentar/alergia/etc, como fazer corantes naturais em casa {acho esta ideia fantástica (e saudável) para aqueles bolos coloridos por exemplo}
Neste caso, se querem cores primárias e fortes têm de adicionar mais corante, porque o branco atenua.




TINTAS COMESTÍVEIS DE GELO

- água
- couvete de gelo
- corantes alimentares





Caso não tenham grande paciência para caseirices (e até porque os corantes não são a coisa mais fácil de limpar das mãos, convenhamos...) têm aqui as tais das digitintas, que duram e duram (e a Isabel usa bastante).



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Como/quando se diz a um filho que vai mudar de escola?

Hoje não sou eu a dar dicas, mas sim a procurar sugestões. Como/quando se diz a um filho que vai mudar de escola?

A Luísa - 13 meses - vai para a creche em Setembro (farei um post mais pormenorizado sobre isso e como me sinto em relação a isso, em breve) e, como a Isabel - 3 anos - também teve vaga nessa escola, fiquei com aquela sensação agridoce: é bom para nós que vão as duas para a mesma escola, por variadas razões (levar e buscar, integração da Luísa, valor, etc, etc), mas tenho medo que lhe custe muito. Se me custa a mim afastá-la dos amigos e das educadoras de que tanto gosta...
É certo que a Isabel se adaptou lindamente à mudança de Lisboa para Santarém (e se adapta bem à mudança em geral), mas era mais pequenina. Agora vou ter de lhe explicar tudo bem explicado e espero alguma frustração e tristeza da parte dela. 

As minhas dúvidas são: 

Com que antecedência se explica? 
(Começo a explicar depois de virmos de férias? Na semana antes? No dia antes?)
Como se explica? Com entusiasmo, com naturalidade?
Como faço a transição?


OBRIGADA A TODAS. 



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7.12.2017

Não estou aqui a crucificar ninguém, de todo, mas…

Acho que a reportagem do ano passado da SIC sobre açúcar serviu de "abre olhos" para muitas de nós. Para mim, que já estava informada sobre a questão do açúcar, serviu para que eu percebesse que muitas das mães que dão açúcar aos filhos estão convencidas de que estão a tomar as melhores opções dentro das que existem. Houve uma mãe que, ao dar um refrigerante de laranja, se não estou em erro, disse "mas ao menos é fruta" ou algo do género. 

Não estou aqui a crucificar ninguém, de todo. A Irene calha, de vez em quando, comer um chocolate, uns smarties ou, quando vai a uma festa de aniversário, bolo e algumas gomas. Confesso que levo algum tempo até decidir que não posso controlar tudo mas depois descontraio. 

E é neste espírito de descontracção que vos escrevo. Visto que não podemos controlar tudo e que temos de fazer compromissos (quanto mais tarde introduzirmos os açúcares, do que li, melhor), há que saber fazê-los, para não dar refrigerantes com gás e julgarmos que passam por sobremesa saudável. 

Sinto que não podemos ficar para sempre reféns das nossas rotinas e que se tornem motivos de ansiedade caso não haja, por exemplo, sumos biológicos no supermercado da aldeia onde estamos a passar férias. 

Além disso, mesmo para nós, que estamos sempre "de dieta" ou numa fase de "pré-dieta" temos alturas em que nos apetece "alargar horizontes". Em vez de fazermos o pior, porque não fazer a melhor escolha? 

Quando sinto que tenho de beber um refrigerante - às vezes apetece-me - já sei qual é o que tem menos açúcar de todos e é o Lipton Chá Verde. 

Já nem consigo, sinceramente, ingerir de outro tipo. Os refrigerantes com gás agora deixam-me indisposta (já para não falar do peso na consciência). É a minha melhor opção quando preciso de tomar uma!


Estou a aprender a relaxar cada vez mais e isso significa abraçar as excepções - não implica é que nos desgracemos ;)




✩✩✩✩✩✩✩✩✩✩

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*post escrito em parceria com a agência de comunicação

7.11.2017

Top 10 do Pior de Ter Filhos

Acho que tenho andado muito positiva por aqui e não quero tornar-me daquelas mães todas cor-de-rosa que parece que não têm problemas na vida ou que a Irene é a filha perfeita, mas há fases, há coisas e momentos. E se muitos já passaram, outros virão.

Fiz um directo convosco ontem para falar deste assunto e "escreveram" este post comigo (obrigada), aqui vai, pela minha ordem, o TOP 10 do pior de ter filhos. 

Fotografia The Love Project
Vestido Moki & Mar


10 - Queda de cabelo 

Epá, como se já não chegasse termos o pipi ou a barriga todos esfrangalhados, ainda temos que lidar com o facto da nossa testa ter mais área que um campo de futebol. Se já nos andamos a sentir como se tivessemos chafurdado todos os dias num balde de banha de porco, ainda nos espetam com a cara toda uns 20 cms abaixo do que seria suposto. 

Durante a gravidez não perdemos cabelo, acontece por motivos hormonais. Não se encham de produtos desnecessariamente. Eles voltam a crescer. 

9 - Eles crescerem tão rápido

Por um lado considero uma benção porque a fase de recém nascido me custou muito e só queria que acabasse. Por outro lado, a Irene já está uma mulherzinha e custa-me um bocadinho que o tempo não volte atrás (e que, nessa viagem ela estivesse a dormir, caladinha, sem me azucrinar). 

8- Gerir a divisão de tarefas entre pais

Foi o que disse no directo ontem. Há que tentar deixar claro quais são as funções e a participação de cada um logo no início para depois, quando se tentar mudar os papéis, não apanharmos más surpresas. A questão da "justiça e igualdade para géneros" não tem que funcionar para todos, mas encontrem o que funcionar para a família e vos deixe a TODOS mais felizes. 

Leiam este texto brilhante da Joana Paixão Brás: "Os pais não têm que ajudar"

7 - A árdua tarefa de amamentar

Muito ligada ao ponto 5. Um questão muito íntima. É uma árdua tarefa porque exige muito trabalho e dedicação, muita paciência e, às vezes, sacrifício. Muita informação e auto-controlo. Porém, não tem que doer: procurem ajuda de especialistas e certifiquem-se que têm a melhor experiência possível se esse for um objectivo para vocês e para o vosso filho. 

Leiam aqui tudo o que já escrevemos sobre amamentação. 
Peçam ajuda a especialistas como na Clínica Amamentos, na Linha Vamos dar de Mamar, nas Redes Amamenta. Simples busca no Google que poderá mudar a vossa vida. 

Fotografia Joana Hall


6 - As mudanças no nosso corpo 

Não tenho muita ligação a este ponto porque nunca tive um corpo do qual gostasse muito. Pelo que "mais um bocadinho aqui e ali" não me deu vontade de me atirar de um 4º andar - só de um r/c, vá. Porém, conheço muitas mulheres que, até apavoradas por este assunto, não conseguem saber se querem ou não ser mães. O corpo muda, mas podemos, a seu tempo, melhorá-lo também. Passados 3 anos da Irene, consegui encontrar espaço para ir 4 vezes por semana ao ginásio. Talvez também consigam - espero que sim. 

5- Falta de liberdade 

Sim. E sentimento de culpa por sentirmos que precisamos dela. É verdade. A gravidez não acaba ao fim de 9 meses. A gravidez é um estado que se prolonga e cujo parto vai acontecendo devagarinho ao longo do tempo. A sorte é que já não temos que os ver só na ecografia e o retorno vai sendo cada vez maior com carinhos, sorrisos, conversas, perguntas... Está feito para que as recompensas igualem os desafios - digo eu. 

4 - Gerir a opinião alheia

Tanto a nossa insegurança como a dos outros faz-nos falar muito, duvidarmos muito de nós e pouco de quem fala. Paremos para resolver as nossas questões e para as tirarmos a limpo porque a melhor "arma" - para deixarmos de estar tão vulneráveis aos encontros com pessoas (muitas das vezes até bem intencionadas) linguarudas que nos põem bichinhos na cabeça e que muitas vezes foram outras que os meteram nas delas. Existe leite fraco? Não. Por exemplo. 

3 - As doenças  

Pior do que ver aquela fonte enorme de energia e de luz, apagadinha... sem podermos ajudar com mais nada a não ser beijinhos e xaropes? Não há. Sentir esta incapacidade de fazermos o nosso papel é terrível. Porém, conseguimos ter mais tempo com eles para lhes mostrarmos que estamos aqui e que cuidamos deles, para sempre. 

2- Choro incontrolável 

Ainda hoje tenho pesadelos com isto. Com o choro que a Irene tinha ao final do dia porque sim, porque estava hiperestimulada, porque já tinha sono, porque o cortisol tinha subido demasiado e porque ainda não tinha ferramentas de auto-regulação. Sinceramente, resolvi tudo quase sempre com a mama na boca. É uma das melhores coisas de amamentar. A mama serve 90% das vezes, não andamos tanto aos papéis, mas quando andamos... elouquece-nos e é mesmo suposto que assim seja, sabem? Está tudo feito para que sintamos urgência em cuidar deles. As mães estão programadas para isso hormonalmente. 

Nos recém nascidos há algumas dicas para interpretar o choro deles, ajudou-me imenso, a Irene chorava exactamente como dizem aqui

1- Privação de sono 

É.a.piorzinha.coisa.pela.qual.passei.desde.que.nasci.e.acreditem.que.já.tive.alguns.dissabores. É uma morte lenta. É algo que nos vai chupando vida, vontade, côr, felicidade. Que só não nos apaga o amor por eles, mas que quase que nos tira a paixão. É um sentimento enorme de injustiça. Como é que o nosso próprio bebé nos corta os sorrisos? Ser mãe é duro. É mesmo. 

Leiam tudo o que já escrevemos sobre sono aqui.

Aconselho "Os Bebés também querem dormir" da Constança Cordeiro Ferreira e/ou marcarem uma consulta com ela, se sentirem que precisam de ajuda. 


Mudariam a ordem? Querem contar-me mais? :)


✩✩✩✩✩✩✩✩✩✩

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Como digo que gosto de ti.


Todos os dias, quando acordas, tenho saudades tuas.

- muito porque já dormes a noite toda e, por isso, já não acordo com vontade de chorar e a perguntar-me porque é que tive filhos.

Quando demoras mais do que uma hora a adormecer e a acalmar, já não me irrito. 

- tirando os dias em que estou quase e digo "a mãe está frustrada e farta, Irene, ajuda-me por favor". 

Quando estás sempre a fazer-me perguntas enquanto cozinho e a dizer "olha para mim", é com pena que não consigo estar 100% atenta.

- excepto quando tenho algo a queimar ou estou verdadeiramente lixada porque acabei de estragar um lote de quatro hamburgueres por ter tido a brilhante ideia de lhes juntar banana. 

Quando me chamas por nada enquanto vês desenhos animados e eu, mesmo sabendo que não é nada, vou. 

- Já não "bufo" antes de ir, sei que é algo parvo mas que queres partilhar comigo, mesmo estando a meio de algo. 

Quando me bates, sei que é porque sabes que podes e não porque estás mal-educada. 

- O amor incondicional dá espaço para que tu sintas que podes, apesar de saberes que não deves. Não me zango contigo, não fico eu com birra. Tento explicar-te, a seu tempo, as tuas emoções e maneiras mais eficazes de lidar com isso. 

Todos os dias antes de adormeceres (às vezes de adormecermos) dizemos "coisas bonitas uma à outra" e é só um pretexto para poder olhar para ti contigo mais quieta. 

- Dantes só queria despachar tudo e que adormecesses, não queria conversas. Agora sinto que nem todo o tempo é suficiente. "Tu és a minha estrela cor-de-rosa mais bonita com brilhantes, Irene". 

Quanto fazes birras por tudo e por nada e, em vez de entrar no mesmo registo, te abraço ou me ausento uns segundos para respirar fundo antes de "reagir a quente". 

- Não são os terrible two, nem three. Consigo ver-te mesmo quando estás vermelha de raiva e de desamparo. 

Há um ano. 


Gosto de ti, Irene. Fazes-me querer ser melhor todos os dias. Por mim, por ti e por nós. 


7 razões por que devemos deixar os nossos filhos irem de férias com os avós.

Deixar ou não deixar os nossos filhos irem de férias com os avós é uma questão em que muitas de nós temos de pensar Ainda bem. É sinal de que temos filhos, de que eles têm avós que se dispõem a tal e querem estar com eles e, ainda, que podem ir de férias. Mas a resposta a essa questão só pode ser respondida por cada mãe e cada pai e a resposta depende, claro, de muitos factores: idade dos filhos, vontade dos filhos, para onde, com quem, tipo de avós, vontade dos pais. 


Isabel, the boss

No ano passado, com dois anos, era-me impensável deixá-la ir, por não estarmos preparadas, mas este ano, com três anos, achei que iria conseguir cortar o cordão umbilical, achei-a preparada (já tinha ficado duas noites com os avós, já se expressava bem, já conseguia identificar bem o que sente e conseguiria comunicá-lo - um ponto que, para mim, era importante - e achei que lhes ia fazer bem. Amor de avó (/avô) faz tão bem e solidificar essa relação, sem ser só num fim-de-semana de fugida, faz-me todo o sentido. Foram, os cinco. Avó, avô, Laura (6 anos), Alice e Isabel (3 anos). Lá, estariam mais dois primos, com os pais e os avós. 

Enchiam o barco para ir para a praia. Brincavam juntos na areia. Passeavam. Fizeram lutas de almofadas. Chatearam-se. Fizeram desenhos na areia (a Isabel fez um tubarão). Adormeceram no sofá derreadas de tanta brincadeira. Dormiram com a avó. 

Foi bom. Sentia na voz dela, ao telefone, a felicidade, a excitação. Queria contar-me todas as novidades. Ainda hoje me fala da casa da praia e me conta o que comia e que se zangou com a Alice. 
Para mim foi bom, foi complicado (chorei com saudades, sim, sim), mas o balanço foi muito positivo. Para o ano, lá estará (se os sogros quiserem, claro eheh).

Por que devemos então deixar os nossos filhos irem de férias com os avós? (se se reunirem as condições que achem ideais)

1) Aprendem a estar em família com outros dois adultos que não os pais - descobrem que há várias formas de estar e adaptam-se [acho que os avós também se têm de adaptar aos gostos e hábitos dos pais, pode haver um meio termo equilibrado]
2) Podemos descansar um bocadinho (e temos mais tempo para namorar) - se não tivermos outros filhos connosco, mais ainda
3) Desenvolvem laços ainda mais fortes com os avós (e com os primos, neste caso)
4) Aprendem a desenrascar-se
5) Vão de férias. Praia, piscina, passeios, gargalhadas - há lá melhor?
6) Deixamos de adiar a ida ao dentista - depois de tantos gelados, até quase lhes caírem os dentinhos, temos mesmo de ir ;)
7) Eles vão e voltam. E com eles, novas memórias, novas aprendizagens e um coração (ainda mais) cheio. O reencontro é mágico (ver aqui).













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7.10.2017

Não obrigo os meus filhos a dizer "olá" nem a emprestar? Vamos lá falar sobre isto.

Estes tempos de correria, de mais horas de trabalho e menos disponibilidade para os filhos, de redes sociais, likes e pressa e, também, de sentimentos de culpa à mistura, têm servido, pelo menos, para uma coisa boa: pensarmos mais na forma como andamos a educar os nossos filhos e desejarmos melhorar. Traz-nos uma educação mais consciente e, pelo que vejo à minha volta, que quer estar mais atenta às necessidades das crianças, respeitando-as na sua individualidade. Sou fã de tudo isso, procuro seguir-me pela disciplina positiva - e não por isso menos assertiva - que tenta encontrar soluções além do castigo, da berraria, das ameaças e do estalo (sinto que podemos ser todos mais inteligentes do que isso).

No entanto, leio um pouco por todo o lado, uma "nova" corrente que, em virtude desse tal respeito pela individualidade de cada criança, se apropria do "não quer dar beijinho, não dá", "não quer dizer bom dia, não diz", "não quer emprestar, não empresta", "não quer dizer obrigada, não diz", "não quer dizer olá, não diz". Coitadinho. Não quer, não lhe apetece, não faz. Está no seu direito. Estará?

Concordo, em parte, que estará. Acho que não temos de armar ali um escarcéu, acho que não temos de comprar uma guerra ali, muito menos dizer-lhes que são isto ou aquilo, acho que a vida pode seguir, como dantes, com leveza, mas... acho que temos de incentivá-los a tudo isso: a cumprimentar, a emprestar, a agradecer. E não é à frente deles que vamos dizer "não quer dar beijinho, não dá" (estamos a falar de pessoas próximas, também não incentivo que beije desconhecidos assim do nada) ou "não queres dizer olá, não digas", porque acho que isso é estar a dar-lhes força para um comportamento que eu não considero desejável. Ser educado, empático e agradecido é algo bom para a vida em sociedade e começa agora. Acho bonito e acho que nos pode trazer coisas boas.

Se obrigo a dar beijinhos, ralhando ou forçando? Não, não obrigo.
No entanto digo: "não te esqueças de dar um beijinho à Susana!"(educadora) ou "Então e não te despedes da Susana?". "Essa menina quer dar-te um abraço e um beijinho, por que não lhe dás também?".
Se lhe arranco o balde das mãos, aos gritos, para o dar ao João? Não, não arranco.
No entanto digo: "era bom se emprestasses um bocadinho o teu Mínimo a essa menina. Um dia, ela também te empresta o boneco dela". Ou reforço: "ai que querido esse menino que te emprestou a bicicleta. Uau! Vês, que bom que é quando nos emprestam as coisinhas? Tu também emprestas às vezes!". [Quando o miúdo começou a choramingar que afinal queria a bicicleta não precisei de lhe dizer nada: levantou-se e foi entregá-la].
Se lhe dou um calduço por não agradecer alguma coisa? Credo, claro que não.
No entanto, quando se esquece de agradecer, lembro-a das palavrinhas mágicas que faltam.

E, mais importante ainda, claro, DOU (/tento dar sempre) O EXEMPLO. Agradeço, cumprimento, empresto (sim, empresto! Que história é essa de que os adultos não emprestam coisas uns aos outros? Não dividem? Não repartem? Acho que nos anda a faltar uma boa dose de generosidade e de simpatia).

Não temos de ser todos Joanas Paixão Brás, que, com 10 anos, achou que ser generosa era dar a boneca preferida a uma menina que lá foi pedir bonecos ao prédio, descalça. Essa Joana - cheia de vontade de agradar os outros (ainda hoje é assim, com tudo o que isso tem de bom e de mau) - ficou a chorar toda a semana cheia de saudades da boneca preferida, de cabelo ondulado. Aprendi que também não temos de ser tonhós e que há um enorme espectro de possibilidades entre agasalhar os outros e ficarmos nuas. Há meios termos entre aquilo que podemos dar aos outros, sem nos tirar a nós.

Acredito que emprestar o brinquedo preferido no parque não seja fácil (também eu estremeci quando emprestei o telemóvel a uma desconhecida no meio de Lisboa para que fizesse uma chamada), mas às vezes compensa correr o "risco". E pode ser que um dia sejamos nós a querer experimentar o brinquedo. Ou a precisar de um telemóvel (já me aconteceu, três vezes!). São "coisas", caraças. Sim, que custam a ganhar, que devemos estimar, mas são coisas. Se as tratarmos como coisas e se os nossos filhos nos virem a reagir dessa forma perante elas, tratando-as claro, com cuidado e exigindo isso dos outros (ninguém diz o contrário), talvez eles aprendam lições que ultrapassam o lado material e se tornem mais generosos. Mais... humanos.

Por isso, não entendo muito bem esse orgulho todo em gritar aos sete ventos que não se obriga os filhos a agradecer, a cumprimentar, a emprestar. Eu também não a encosto a uma parede, mas sugiro, sugestiono, ensino como acho que se deve fazer. Quando não gosto de alguma atitude, falo com ela sobre isso. Pode sair-me tudo ao lado, mas isto faz-me sentido assim. Por agora, pelo menos, tem dado frutos.

as primas a partilharem os brinquedos da praia



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