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2.01.2017

O melhor de ser mãe.

Esta é a lista que faço agora quando ela tem praticamente três anos. Claro que vai mudando com o tempo mas, para já, sinto-me grata por tudo isto. 


- Dar-lhe banho.

Quando era  bebé gostava ainda mais. Como dava sempre ao final do dia, era a única altura em que ela ficava mesmo calma e eu também e dava para descansar um bocadinho a cabeça. Agora adoro porque é algo onde ela fica entretida durante algum tempo e depois, com o cabelo molhadinho, fica a parecer a Necas de quando era muito pequenina. Porém, não dou banho todos os dias. Não sinto que seja necessário e assim temos mais tempo para brincar.


- Ouvi-la falar

A voz dela, a construção frásica cada vez mais elaborada e os enganos cómicos derretem-me por completo. Gosto também quando partilha coisas comigo sem que eu pergunte. Ontem foi: "A Sara (educadora) deu-me umas bolas amarelas verdes moles, a mãe depois compra?". 

- Ver a imaginação a desenrolar-se

Começar a vê-la a aprender a brincar sozinha e a entreter-se. Ver que já sabe inventar e que até tem dois amigos imaginários que são (!!!!!!!!!!!!!!!) um escorpião e uma aranha e que vão com ela para todo o lado.



- Saber que o meu afecto é importante

Quando ela precisa de mim (e mesmo quando parece não precisar), saber que ela se acalma e gosta do meu carinho. Sentir o corpo dela junto ao meu, entregue. 

- Ver que a informação entra

Gosto quando ela nos corrige ou nos faz reparos que já lhe fizemos. A cabecinha dela funciona e está mesmo atenta. "Mãe, não se põe a faca na boca!". "Pai, isso tem muito açúcar, tens de comer pouquinho!".

- Vê-la a gostar de outras pessoas

Além de adorar a educadora Sara e dela ser a mãe da escola, tem uma paixoneta deste o Verão passado por um rapaz chamado Rúben (nunca mais o viu, mas ainda fala dele), tem um crush por uma amiga da família da Joana Paixão Brás, a Dulce, adora os seus avós e está cada vez mais carinhosa com eles.

O ano passado, quando conheceu o Rúben.

- Quando ela se impõe

Gosto quando ela me inibe de fazer alguma coisa por ela! Naturalmente vou perguntando se ela precisa de ajuda para alguma coisa mas, orgulhosamente, põe-me no lugar e diz que quer tentar. Quando consegue (geralmente só se atreve para coisas que consiga) olha para mim com uma vaidade de si mesma... é das coisas mais bonita.

- Quando olha para o pai para ter a aprovação dele

No outro dia estavamos a brincar aos Legos e ensinou-me a por a pá do boneco na mão como o pai lhe tinha dito e depois olhou para o pai para ver se ele tinha ficado contente por ela se lembrar. Tanto amor e carinho naquele olhar, tanto.

- O sentido de humor

Mesmo quando chora, conseguir achar piada a qualquer coisa, nem que seja por lhe ter saído uma bolha enorme de ranho pelo nariz. Fazer já as suas piadas e adorar fazer com que os outros se riam.


Vê-la a ser sem que saiba que eu estou lá

Quando chego à escola sem que ela repare e consigo vê-la a ser pessoa. Ver que existe, que se move, que interage, que brinca... 

Adormecê-la

Uma grande guerra desde sempre, mas acabou. Adoro adormecê-la e adoro ouvi-la respirar. Adoro abraçá-la para que ela se relaxe e  não sei para quem mais é aquele abraço. Se para ela... ou para mim.




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1.27.2017

Às melhores filhas do mundo

A vocês que me desculpam sempre,
que têm um coração puro, sem maldade,
que me sorriem mesmo que tenham dormido mal
e que às vezes têm de levar com as minhas trombas.

A vocês que me vêem chorar
e que assim sabem que sou gente,
e que não faz mal expressarmos as nossas emoções,
que não temos de engolir choros ou ir chorar para longe,
apesar de eu às vezes desejar isso a alguém tão pequenino e indefeso,
só porque estou cansada.

Já te pedi, Isabel, "cala-te por favor!"
Já te disse, Isabel, "não chores mais!"
Já te implorei que parasses.
E agora te digo, Isabel, que ainda bem que falas, interrompes, choras e tens bicho carpinteiro.
Estás viva, estás a aprender, estás a testar, estás a crescer!
Tudo demora o seu tempo.

A vocês, minhas filhas queridas,
que se contentam com tão pouco
com uma careta, um bolo imaginário, uma dança alegre, um colo a três
E que às vezes empanturro com informação e objectos e vozes estridentes
como se fosse preciso um circo montado para preencher a ausência de outros momentos.

Exijo que me ouças à primeira, Isabel, que faças o que te digo
quando nem sempre levanto os olhos do telemóvel quando me interpelam.
"Mãe, estás a ouvir?", perguntaste-me, com dois anos! Dois anos!
E nesse momento levei uma chapada imaginária e caí em mim.
Não, não estava a ouvir. Apesar de ter anuído.

Prometo-vos, minhas filhas,
estar mais, de verdade.
Prometo-vos dar-vos o exemplo, mais vezes,
e não exigir tanto de vós,
quando nem sempre vos dou o que merecem.

Merecem tudo.
Olhares ternos,
ouvidos atentos,
abraços demorados,
colos cheios de empatia.
Porque é isso que gostava que fossem, nas vossas vidas.

Presentes.
Conscientes.
Amáveis.





 
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1.19.2017

Senti-me tão mãe.

Se dantes era horrível para mim adormecer a Irene, desde que conheci a Constança, adormecê-la deixou de me enervar e passou a ser um momento até produtivo com muito contacto visual, muito miminho e, depois, de meditação. Dantes irritava-me ficar tanto tempo no quarto dela, agora acabo por ficar mais um pouco a ouvi-la respirar (a maior parte das vezes adormeço) e aproveito para processar coisas que se passaram no meu dia, coisas que tenha que fazer ou, às vezes, só a apreciar o facto de estar ali ao meu lado uma pessoa que está cá graças a mim. Muitas das coisas que mais me têm deixado feliz ultimamente, surgiram nesses minutos "extra" em que fico por lá. 

Ajudam-me a sentir-me cada vez mais confortável neste papel de mãe. Fazer este balanço silencioso de como estará a correr, como posso melhorar, o que sinto sem estar a fazer outra coisa ao mesmo tempo, tem sido muito proveitoso para mim. E que melhor banda sonora que o nosso filho enquanto ele dorme? 

Quem haveria de dizer que eu escreveria isto? Pus a Irene a dormir no quarto dela no segundo dia de vida ou terceiro porque o respirar dela não me deixava dormir. 

Hoje, quando acordou às 4h da manhã, lá fiquei com ela. Voltou a ter um pesadelo em que gemia baixinho e a respiração ficava acelerada. Fiz-lhe cafuné (como de vez em quando faço para que ela relaxe) e não resultou. Então, decidi abraçá-la e dizer que estava tudo bem. A Irene ouviu-me, a sua mãe, e relaxou. Passou. Respiração desacelerou e ficou mais pesada outra vez. 

Que coisa mais simples, mas que me fez sentir tão completa. Saber que o meu abraço e a minha voz a acalmam mesmo quando está a dormir. Não há nada mais puro que isto. 


Agora, como temos a escola ao pé de casa e do meu trabalho, conseguimos ainda ir uma hora ao jardim antes de anoitecer. Que privilégio. 

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Outros textos relacionados.


Sobre odiar adormecer a Irene: 

Querem stressar para os pôr a dormir? 

Como não nos passarmos da cabeça quando os queremos adormecer. 

Às vezes não tenho força ou paciência. 

A vida de um bicho de uma caseira muito caseira.

Sobre mudar a Irene para o quarto dela: 

Vai para o quarto dela. 

Entrevista sobre co-sleeping ao Observador.

Sobre achar que não era capaz de ser mãe: 

Não sejas estúpida, Joana. 



Coisinhas que podem ter achado giras:
Casaco - Boboli

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12.25.2016

Está de volta! Está de volta!

Tão bom o Natal voltar a ser entusiasmante. Lembro-me perfeitamente quando o Natal passou a ser uma coisa mais séria e sem magia. Eu já tinha crescido e já nem me ficava bem perguntar quando é que era para abrir as prendas. Continuava a jantar na mesa à parte com a minha prima e irmão (não cabíamos todos na grande - e ainda bem que assim podíamos falar do que nos apetecesse), mas já era diferente. Já era expectável que desse uma ajuda na cozinha e que não estivesse apenas a "fazer tempo" até receber qualquer coisa que tinha andado a pedir durante meses. 

Não é que tenha deixado de ser giro, mas foi quando o meu irmão cresceu que deixou de ter tanta graça. Já não acreditava que eu era o Pai Natal e, por isso, já nem desculpa para me mascarar tinha. Geralmente dizíamos que a "mana ia para a casa do pai" e lá aparecia vestida de pai Natal com uma barba improvisada por mim e cheia de algodão, o gorro puxado o máximo até baixo possível e umas calças de fato de treino vermelhas e uma camisola também. Tentava não ir muito além de um "Oh Oh Oh" porque tinha medo que ele me descobrisse. Achou estranho que o Pai Natal tivesse um swatch parecido com o da irmã, mas acho que nesse dia até passou. 

A abertura das prendas era às 22h, se não estou em erro. Pareceu que todos os Natais foram acontecendo mais rápido e mais rápido (mas nem por isso pelos melhores motivos, não sei). As minhas prendas, em princípio, até já sabia quais eram porque teria sido eu a escolhê-las ou algo do género. Já não havia surpresas. Um pijama para aquele, umas camisolas da Ericeira para o mano, livros de história para o padrasto, coisas de mulher para a mãe e para a prima, serviço de loiça para a tia...

Irene em frente à árvore de Natal
Juro que não pedi para fazer pose de "tenho xixi".


Agora, o Natal voltou. Ainda estamos em modo part-time. Não achei que fizesse sentido fazer jantar e esperar até à meia noite pelas prendas com uma miúda de 3 anos com uma família tão pequena e, então, no dia 24 (ontem, quando estou a escrever este texto) fizemos um lanchinho cá em casa com os sogros. À última da hora indaguei onde estaria o meu pai, madrasta e o irmão Tiago e convidei-os a passarem por cá. Ainda bem. Ficou um 24 muito mais composto e fiquei com o coração muito mais cheio, como antigamente. Falou-se alto, riu-se muito, deram-se prendas, houve surpresas, comida a mais, música de Natal a tocar, foi mágico. Por mim, fechava já a loja, mas sei que hoje, 25, no lanche em casa da minha mãe, a história vai repetir-se e é um privilégio ter dois Natais com tanta magia.

Há "males que vêm por bem" e já nem me lembro do mal que levou a que houvesse tanta família para a Irene conhecer e que me trouxe duas das minhas pessoas preferidas: o João (meu padrasto) e a Bibi (minha madrasta). 

Natal em família
Pai, Bibi, Tiago, Frederico, Celina, Virgílio e Irene. 

Coisinhas que podem ter achado giras: 

Vestido da Irene - Boboli 
Lacinho - Lost Colours
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11.15.2016

Que doçura.

Nunca conheci tão bem ninguém como vou conhecendo a Irene. Talvez porque nunca antes tivesse estado tão interessada em absorver e observar. Maioritariamente interessei-me por pessoas para que estas me fizessem sentir abraçada, em vez de ser para as abraçar. Com tempo, maturidade e assim que vou resolvendo coisas minhas, abraçar é cada vez maior. 



A Irene não gosta de adormecer com meias. Odeia. 
A Irene gosta muito de roçar com o coelhinho dentro das orelhas dela e fecha os olhos por ficar relaxada. Por gostar, tenta fazer-me o mesmo. 
A Irene adora fazer rir e que as pessoas à sua volta estejam felizes. 
Também gosta de roçar o coelhinho nos pés descalços enquanto mama antes de dormir. 
Quando está contente dá uma tapinha com a mão na pessoa. 
O entusiasmo dela mede-se pela rapidez com que vai mostrar algo a alguém. 
Quando está contente já grita "à creche": ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Fica muito feliz se o "braço da mãe não estiver cansado" e a puder abanar o rabo e cantar até ela adormecer. 
Acha que fica mais bonita de tranças e, apesar de não adorar vestidos, gosta muito de usar collants como a mãe. 
Gosta mais das pessoas que mostrem gostar mais dela. 
Às vezes diz que algumas pessoas não gostam dela. 
Dá beijinhos de bons dias aos gatos. 
Adora dar comida. 
Adora tomar medicamentos, como os crescidos e gosta de dar os medicamentos ao pai, a doutora Necas. 
A Irene não se esquece das promessas e consegue ainda esperar por "um dia".
Adora pequenos-almoços em hotéis e ir às compras. 
É determinada e quer fazer tudo sozinha para ficar orgulhosa e para que fiquemos contentes por ela.
Não gosta de ter nódoas na roupa, quer sempre assoar-se imediatamente e é muito sensível.
Sensível aos sons altos. 
Sensível a quem está triste.
Sensível a quem chora, a quem esteja doente. 
Não é algo que lhe tenha ensinado, espero que não seja algo que a vida lhe tire. 
Tudo é ritmo. 
Qualquer objecto é um óptimo tambor. 
Adora cantar e fazer as suas próprias músicas. 
Desde que sabe andar que anda à bailarina. 
Adora a Dra. Marta e diz que é "Doutora Necas". 
Não gosta que lhe chamem de Irene, é a Necas. 
Quer toda a gente de pé quando é para dançar e distribui a atenção de forma equilibrada entre os presentes. Entrega uma viola também ao avô ou, se dá um beijinho ao pai, também dá à mãe.
É desafiadora. 
Quer saber porquê. Quer saber até onde. Quer saber se o que digo hoje é o mesmo de ontem. Quer saber se a mãe concorda com o pai e vice-versa. 
Faz queixinhas. De si também.

Tão complexa, tão bonita e tão primária ao mesmo tempo a minha... Necas.



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8.03.2016

É para isso que cá estamos.

Foi o que senti. "É para isto que cá estou.". Assim, sim. Agora percebo - claro que já tinha percebido antes, noutras vezes semelhantes, mas o meu feeling foi como se só naquele momento me tivesse encaixado qualquer coisa.

Estávamos na garagem do nosso prédio e um vizinho nosso tem um carro muito bom (não sei se é Ferrari ou Lamborghini ou o que é). A Irene gosta muito do carro por ser vermelho e foi ter com o senhor que estava acompanhado da mulher e do filho também pequeno.

Não sei porque raio o senhor fez o que fez, mas ligou o carro e o carro fez um barulho enorme que, ainda para mais, ecoou em toda a garagem. A Irene é particularmente sensível a barulhos muito altos, pelo que foi uma infeliz coincidência. Ela que estava próxima do carro, desapareceu do meu alcance visual, mas consigo ouvir os sapatinhos dela a bater no cimento. 


Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. 


Aí está ela. Vem a correr na minha direcção. Abri os braços, agachei-me e saltou-me para o colo. Saltou-me para o colo e abraçou-me à séria. Abraçou mesmo o meu pescoço com muita força e encostou a cabeça dela ao meu ombro esquerdo.

Nem me enervei com o que aconteceu (era desnecessário ligar o carro com a miúda lá ao pé, sabendo que ia fazer aquele barulho todo, digo eu). 

Expliquei à minha filha que foi um susto, que era só um barulho alto, como quando o avô se assoa ou quando o pai passa a sopa e afins. Ela disse "a Irene é forte, não tem medo" - com os olhos com lágrimas que quase quiseram sair, mas que encontraram a mãe a tempo. 

Os meus abraços são teus, filha. 

É para isto que cá estamos. 




6.13.2016

Ser mãe é chorar com isto.

Estava agora a filtrar as imagens das férias e deparei-me com esta fotografia (em baixo) que me fez automaticamente chorar e por vários motivos. Por ter sido espontâneo e eles realmente se darem assim um com o outro, por uma sensação de estar tudo "certo" e porque sinto saudades de ser pequenina e de ter o meu pai também "ali" comigo.

Estou a lembrar-me do meu primeiro sentimento depois do parto, o meu primeiro segundo de "consciência" do que tinha acabado de acontecer (foi um parto muuito complicado) foi quando o Frederico lhe pegou ao colo. 

Ser mãe (também) é chorar com isto. São os nossos filhos que nos dão muita da nossa vontade de viver e de sermos felizes, mas a moldura de ter a família junta (seja a original ou nem por isso) é maravilhosa. Aprecio com uma felicidade a triplicar por reconhecer a "sorte" que a minha filha tem. 



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E a mim, se quiserem: @JoanaGama

6.11.2016

Apaixonada pela minha bebé

Estou completamente in love. Foi daqueles amores à primeira vista que só tinha sentido uma vez na vida. Uma paixão galopante, que nos deixa sem fôlego, que não nos deixa dormir. Fiquei a olhar para ela, sem conseguir desviar o olhar, depois das 7 horas em que nos separaram. Precisei de recuperar o tempo perdido. 
Aquelas foram horas difíceis, com muito choro à mistura, porque nem tudo correu como eu esperava. Ninguém esperava. Depois de um parto perfeito, em que fiz 3 vezes força na mesma contracção e a minha bebé veio conhecer o mundo, sem episiotomia, depois de ter agarrado nela com as minhas mãos e puxado para cima de mim, depois dela ter vindo mamar, da forma mais animal e natural possível, algo não estava afinal bem comigo, percebemos minutos mais tarde, no recobro. Apanhámos o maior susto das nossas vidas e tive de ser operada de urgência, num naqueles cenários que só vemos no Dr. House, a sentir um frio incontrolável, a ouvir as vozes já distantes e com medo, muito medo. Com direito a despedidas. Foi duro. Mas já passou. Estou a recuperar bem e já não sou assombrada pelo que aconteceu. Um dia destes conto tudo (as grávidas estão proibidas de ler, óbvio!).

Agora, é tempo de vê-la crescer, devagarinho. De ver na Isabel uma irmã mais velha cheia de amor para dar. De nos habituarmos a estar juntos, os quatro. A conhecermo-nos, a ajudarmo-nos, a partilhar tudo. Os momentos de puro amor, as birras, os ajustes à nova realidade. Não é fácil. Mas está a ser tão, mas tão bom.




nome madeira: Molde Design Weddings
tapa-fraldas: colecção de inverno da Cosythings, agora Coth
sapatinhos: Lovely Things

bebé: a coisa mais calminha e mamona à face da terra ;)

6.08.2016

A outra Joana é muito ratinha, é...

Ando aqui eu a dar tudo como se tivesse de mandar charme para um tipo que está do outro lado do pavilhão gimnodesportivo e a menina, no seu merecido descanso, não vos diz pevas. Não vos diz, mas para quem seguir o instagram dela, está recheadinho de novidades a la Paixão Brás. 

Sigam lá a menina que ela vai ficar tão contente que o pipi até fica restaurado mais rapidamente. Fica já pronta para por cá o próximo no mundo. 




A photo posted by Joana Paixão Brás (@joanapaixaobras) on

A photo posted by Joana Paixão Brás (@joanapaixaobras) on


Já estão cheias de saudades dela e fartas de me ler? Também eu, milhas filhas. Respeitemos, porém este babyblues tão precioso que só deixa fazer publicações no instagram pessoal. 

Amo-te, Joaninha! Fica boa rápido. Ainda aguento mais uma semana a fazer de lamechas e totó no blogue, aproveita esses dois seres que te rebentaram toda por dentro literalmente e emocionalmente ;)

Já agora, sigam-nos também no instagram, aqui: @aMãeéquesabe

5.13.2016

Algo que me deixa... de rastos.

Sabem aquelas músicas tão mas tão bonitas que nos deixam tristes? Que parece que dão a volta? Na volta não sabem e é uma coisa só minha, mas... eu tenho a tendência para documentar tudo o que tenha ao meu alcance da Irene. Faria na mesma com blog ou sem blog. 

Depois, quando ela adormece e revejo... fico com o coração tão... mas tão apertado (não tenho outra expressão) da gratidão enorme que sinto de ser mãe e mãe da Irene. Acho que fico com saudades apesar de nem "há meia hora" ter pedido a tudo e todos para que ela adormecesse rápido, que me queria vir embora.

Acho que somos as maiores, juntas. E tudo porque ela é... a melhor filha que eu podia ter. 


Um vídeo publicado por Joana Gama (@joanagama) a



Um vídeo publicado por Joana Gama (@joanagama) a


Um vídeo publicado por Joana Gama (@joanagama) a

 É bom sentir que sou capaz de gerar, criar e amar um pedaço de vida assim, tão perfeito.

5.07.2016

O nosso preferido.

Que Lisboa não nos leve a mal ou, mais concretamente, a FNAC do Alegro de Alfragide. Apesar do primeiro lançamento ter sido aquele em que esteve mais gente, em que tivémos inclusivé uma figura pública a apresentar (ou parecido, vá: o Raminhos), acho que falo pelas duas quando dizemos que este foi o nosso preferido. 

Tal poderá ser atribuído a várias coisas, mas eu acho que teve que ver muito com a estética da sala. A sala da FNAC de Almada é mais pequenina, mais acolhedora, mais escura, com paredes pretas. De certa forma, acho que isso nos fez sentir mais confortáveis por não termos que estar num "modo formal". 

Além disso, depois da experiência do primeiro, claro que já íamos mais lançadas. Não haver televisões (pessoas a fazer reportagem) também tornou tudo mais "pequeno" e mais natural. 

Fomos as duas nós próprias (não que não tenhamos sido antes), mas senti-nos mais nós, mais "as Joanas do blogue". Quero agradecer, às mães que foram, aos pais que acompanharam as mães, aos bebés, às crianças, ao senhor mais velhote que foi avó neste mesmo dia e ao Ricardo do Starbucks que decidiu aparecer para comprar um livro para a sua Tatiana que vai ser mãe do Rodrigo daqui a umas 15 semanas. 

Claro que quero agradecer à minha família (avós da Irene) e aos meus amigos por não terem falhado mas, felizmente, acho que me posso orgulhar de ser muuuito sentimentaloide e de toda a gente saber o que sinto por eles. Sabem que não me importava que não tivessem ido, mas que fiquei toda derretida por irem, ainda para mais com o temporal que estava. 

Aquilo que aprendi com "os lançamentos" do nosso livro é que este blogue nos preenche: a nós e a vocês. Só que vocês são umas sonsas e lêem uns 40 blogues ao mesmo tempo e nós dedicamo-nos em exclusivo a vocês ;) Escrever faz-nos bem, ouvir-vos também. Fazer da maternidade uma experiência colectiva torna tudo mais saudável é como aprender a nadar com pé na zona baixinha, em vez de nos estarmos pseudo a afogar na parte mais funda e a engolir pirolitos (adorei escrever esta palavra). 

Tenho de vos agradecer. A vocês que nos lêem. Têm-nos feito sentir muito acompanhadas. Não que não tenhamos amigos e família, mas vocês são aquela melhor amiga que nos percebe só de suspirarmos. 

Obrigada à Sara-a-Dias pelas ilustrações, à Marcador (e a Liliana que foi hoje <3) por ter acreditado em nós e às nossas filhas por nos inspirarem todos os dias. 

Sentimos o vosso amor. Esperamos mesmo que também sintam o nosso. 

Como disse a Joana no instagram dela: "Nós as cinco". 

4.16.2016

Voltei lá, ao meu passado.

Voltei há um mês e pouco à minha terra: aos cheiros, à comida caseira, às memórias. Voltei a ter mais tempo e calma, como quando era criança. Um dia destes, passei de carro em frente à minha escola primária e resolvi parar. Não entrei, mas fiquei ali um bocadinho. Vi o sítio onde dançávamos e cantávamos as músicas dos Onda Choc e dos Ministars, onde fingíamos que uma era professora de ginástica e as outras atletas, onde brincávamos aos "bebés espertos". Lembrei a minha professora São, rígida mas inesquecível, as visitas de estudo ao Portugal dos Pequeninos e a Lisboa, os namoricos com o Zé Diogo, dos olhos verdes (era o namorado de todas), os casamentos (casei com o Nuno, mas - desculpa Nuno! - o meu coração sempre foi do Zé Diogo), as festas de anos da Telma, sempre maravilhosas, cheias de luzes de discoteca, de música e de slows (onde, mais uma vez, todas queríamos dançar com o Zé Diogo). O dia em que despejei um leite com chocolate, daqueles que davam na escola, em cima da camisa azul bebé do Ursinho, já nem me recordo porquê, coitado. Vivi de novo o dia em que se forravam as sebentas amarelas e em que escrevia nas primeiras folhas "lição número 1". Recordei as idas para casa, a pé, com a Priscila, a minha melhor amiga, que vivia no rés-do-chão do meu prédio. Senti-me livre, novamente. A apanhar as azedas pelo caminho e a chupá-las. Vi-me novamente na festa final do 4º ano, a cantar e a dançar, e regressei ainda à festa de Natal (seria do primeiro ou do segundo ano?), em que fizemos um coro e a Marta era a mais alta e a Telma e a Tatiana as mais baixinhas. 

No nosso primeiro dia de escola: a Priscila, eu e o meu irmão Frederico.

Na festa de final de ano, a despedida, antes de mudar de escola e enfrentar o 5º ano.

Tive saudades. Saudades de ter tudo pela frente, de não ter medo, de ser um livro em branco, onde tudo ainda se poderia escrever. Mas muito do que se veio a escrever não apagaria, nunca. Por mais feliz que tenha sido a minha infância, os dias mais marcantes - conscientemente - vieram depois, muitos anos mais tarde, com a Isabel e com a Luísa, que vive em mim. Voltei lá, ao meu passado, e tive saudades. Mas o futuro vai ser do caraças.

4.14.2016

O que terá acontecido a esta mãe?

Foi isso que esteve na minha cabeça durante os 10 minutos da viagem de comboio. Não é muito tempo, mas intrigou-me ao ponto de não ter vergonha nenhuma e de ter ficado especada a olhar para este homem e para esta bebé. 

Eu, que geralmente não largo o telemóvel, borrifei-me para ele. Estava perante todo um Louvre, um momento que merecia uma contemplação inegável. O que terá acontecido a esta mãe?



Vi um pai. Um homem muito parecido com o Xzibit mas de olhos claros. Tinha em si o ar mais másculo do mundo, como se só com um braço conseguisse amochar uma multidão, mas a transmitir a doçura de uma sobremesa com culpa à mistura. 

Ele era doce. Tinha a sua filha de um ano e meio (não mais) ao colo - estavam em pé no comboio. Ambos equipados para o frio. O pai de gorro e de quispo, a filha com um gorro em forma de urso, um quispo e duas calças. Não levavam carrinho. Ela estava ao colo dele. Com toda a força que o pai tinha, agarrava-a só com um braço. Sentiu-a cansada e, com a outra mão, encostou-a ao peito e sussurou-lhe algo, sonhei que disse: "descansa, bebé, descansa um bocadinho". 

A bebé, silenciosa, encostou a cabeça ao peitinho do seu pai e começou a fechar os olhos. Transmitiu-me aquela sensação que temos quando chegamos a casa depois de umas férias grandes: "cheguei, é aqui que pertenço". 

Segundos depois a bebé espirra e lança imenso ranho para cima da cara do seu pai e dela mesma. O pai sorri carinhosamente e, ainda com ela ao colo, procura calmamente um lenço no bolso do seu quispo. Limpou. 

Voltaram a ser um só durante mais uns minutos. 

Estavam só os dois. Dois que pareciam um. Um um tão bonito que senti que podia tirar pedaços da imagem com os meus olhos. Vi um monumento de amor. 

O que terá acontecido a esta mãe?

Se calhar nada. 

Aconteça o que tenha acontecido - se é que aconteceu alguma coisa - está bem entregue. Muito bem. Este homem só poderá ser amado por uma mulher igualmente bela e uma criança, filha de dois pais assim, tem só amor pela frente. 

Tenho uma mãe ao meu lado, a chorar.

Estou muito emocionada na sala de espera da ala de obstetrícia, onde espero pela ecografia do terceiro trimestre. A menos de 4 metros, está uma senhora, de uns 50 anos, a chorar copiosamente e a tentar limpar a maquilhagem esborratada. Está feliz, e eu feliz por ela. Está aliviada e emocionada. "O Lourenço já nasceu!", dá a novidade por telemóvel. "Vão agora para o recobro. Já és tio!" E limpa as lágrimas. Um sorriso na cara e novas chamadas se sucedem, a dar a boa nova. Percebi que é a avó, mãe da mãe.
Fiquei a pensar na minha mãe, que estava do lado de fora, acampada, à espera da notícia. E continua a chamada: "Não sei de mais nada. Quando cheguei, ela já não estava cá e o Rui foi assistir ao parto. Não sei de mais nada, mas já está cá o nosso menino. Não estou aqui a fazer nada, mas pronto, não interessa, já nasceu."
A minha mãe esteve cá umas boas horas. Mandei-a embora, que fosse para casa, mas não foi. Tenho a certeza de que sofreu. Com a espera. Com medo de que eu estivesse a sofrer. E sei também que aquelas horas pareceram dias. E, havendo já parto agendado para a semana seguinte (muito provavelmente cesariana) e estando a ser parto natural, imagino o pânico. De vez em quando ia-lhe dando notícias, tentando acalmá-la. Mas é Mãe. Mãe sofre pelos filhos, a vida toda. 
A mãe que está ao meu lado já parou de chorar. Mas não arreda pé, mesmo sem saber quando poderá ver a filha e o neto. Vai ficar à espera. E eu estou de coração cheio.

Espera, está a falar agora com a filha. "3,355kg? Nota máxima no teste? Tens dores? Já está a mamar, que bom! Ai filha que bom! O Rui não desmaiou? Tem muito cabelinho? Oh pa, estou desejosa de ver o meu menino! Estás com dores? Já aqui estão os pais do Rui. Daqui a duas horas? Está bem, filha."

Que emoção! ❤️