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4.11.2018

Foi o dia em que saímos de casa de manhã mais rápido!

Ahhhh! Ando numa busca constante por encontrar o ritmo perfeito para as nossas manhãs. Já tinha encontrado, em tempos, mas depois passámos de 3 para 2 e... assim foi "tudo pelo cano abaixo" ou, numa perspectiva positiva, uma oportunidade para recomeçar. 

É sempre "uma incógnita" saber qual vai ser a disposição da Irene quando acorda (sendo que já sei alguns truques para dar a volta) e isso acaba por me atrapalhar um bocado - o que me atrapalha mesmo muito é ser ansiozinha. 

Ela, num dia destes, acordou muito birrenta e a dizer "Não te quero ver, não te quero ver!!" (para quem tenha lido o post "Ela rejeita-me!" agora de repente vai pensar que a nossa relação é horrível, ahah). E eu, em vez de começar a suar e pensar "pronto, já me lixou os timings todos, lá vou eu falhar a hora na escola e no trabalho", pensei "ai, filha (aqui literalmente, ahah) espera aí que já te digo!". 

O que fiz? 

"Toma filha, uma venda. Assim fazemos tudo o que é para fazer hoje, estando tu sem me ver como dizias". 

Apanhei uma fita de cabelo dela e zunga! Nem houve cá mimimis de roupa e não roupa ou de se distrair a brincar com coisas ou o que seja. Ok que teve de levar o pequeno-almoço para comer na escola (já era tarde), mas nunca fomos tão rápidas. 

Acho pouco provável que os vossos filhos vos digam isto a não ser que tenham 16 anos e estejam naquela fase parva de odiarem tudo e todos, mas o que queria dizer é que... há sempre maneira de dar a volta, ou conseguimos ou não. Ou estamos demasiado cansadas e nervosas ou não, mas que há sempre uma maneira de nos ajudarmos. 

Cada vez mais tenho a imagem de malta a levar cervejas para a fila da frente num concerto. Se o tipo com as cervejas na mão começar a empurrar a malta, a forçar a deixá-lo passar, vai receber empurrões de volta da multidão. Se pedir por favor, se for simpático e se estiver calmo, não só chega lá à frente como poderá não ter entornado as cervejas. 

Até foi divertido e o dia começou com ela a dizer que não me queria ver. 

Querem contar as vossas rabias? 

Há 2 anos, com 2 anos.


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Ainda ninguém falou do melhor de estar grávida!

Como é que é possível? O que será o melhor de estar grávida? Como assim, não se lembram? Ou, grávidas, não me digam que não estão gratas por isso...




Vá, depois desta foto quase aleatória de 3 ovos, vou dar algumas pistas. 

Não é a vontade constante de fazer xixi.

Não é a vontade súbita de fazer um corte parvo de cabelo do qual depois nos vamos arrepender quando virmos as fotografias. 

Não é o podermos vestir roupa justa na barriga visto que por algum motivo, a sociedade acharengraçado que andemos todas na rua a parecer um Ovo Kinder.

Não é o passarmos a sentir todos os dias que não temos um único motivo sozinhas. 

Não é o começarmos poder a passar à frente nas filas todas.

É...

Estão prontas?

NÃO TEREM QUE LIMPAR A AREIA DOS GATOS!!!!


\

Hoje estava a limpar a areia dos gatos e lembrei-me: houve aí uns tempos (quase um ano) em que não tive de levar com este cheiro ácido que me prefura o nariz e que me maltrata o cérebro. Será que não tinha gatos? Foi aí? Nãaaaaaaaaaaao! Foi depois de ser fecundada e da GO (ginecologista obstetra, para as leitoras que ainda não passaram por aí) dizer "ahhh por causa da toxoplasmose, agora a areia dos gatinhos vai ter que ser mudada por outra pessoa". Lembro-me de conter o meu sorriso na altura, para não parecer que tinha dado um ênfase exagerado e talvez infantil, mas o que sentia por dentro era um pouco isto:



Claro que também foi bom sentir os pontapés, comprar as roupinhas, fazer a mala para a maternidade e etc, mas... NADA, NADA que se compare a não ter que limpar a casa de banho de DOIS gatos diariamente. 

Se algum dia tiver um segundo filho, vai ser certamente por já estar farta de mudar a areia dos gatos outra vez. Ahhhhh.... A pensar, a pensar...

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4.09.2018

Isto quer dizer que ofendi toda a gente?

Hmmm... Longe de mim estar naqueles inícios de blog (apesar de estar para as bloggers de décadas - parece-me sempre que a única que já cá andava há anos era a Pipoca, haha) em que me enervava com comentários negativos ou com opiniões diferentes das minhas ou o quer que seja. Sempre que leio uma opinião (que não uma mera ofensa - e, mesmo assim, há ofensas que aprovo por achar que têm graça, confesso) tento imaginar quem está do outro lado e já sei que quando há muita "zanga" é porque há muita "tristeza" e isso acalma-me e faz-me sentir empatia. 

Este comentário não vem de nenhum sítio mau. Este comentário foi alguém que se pôs no lugar dos convidados e pensou: "Epá, se fizessem isso comigo, ficaria fula!". 

Mesmo assim, acho que dará uma discussão interessante. Claro que é como naquelas brincadeiras quando éramos mais novas o "todos ganham por participar" só que aqui é "toda a gente tem direito a uma opinião" e é assim que também nos diferenciamos umas das outras, não só pelo número de calças. 

Isto veio a propósito do post que fiz a falar de um livro que a Irene recebeu na festa de aniversário (este livro e este post) que, por não ter prestado atenção a quem deu que embrulho, não sei quem o deu. 

O comentário foi este (e, mais uma vez, não vejo nenhuma má intenção nele): 


Ora, como é óbvio, não considero que seja falta de educação, senão não o teria feito. Em casa da minha mãe, raramente (ou nunca) as etiquetas vinham com o nome de quem as dava, apenas com o nome para quem eram. São todas "do Pai Natal", mesmo já quando não havia crianças pequenas, mesmo quando algum de nós perguntava "ohh, tão giro, quem deu?".  Claro que depois, eventualmente, fica-se a saber quem deu o quê em conversa, mas nunca no momento de entrega há aquele spotlight em quem dá e quem recebe, parece que a atenção vai apenas para quem recebe. Ou, antes pelo contrário, até se cria - quando as prendas são boas - um clima de brincadeira de tentar descobrir mentalmente quem poderá ter sido. É giro. 

No ano passado, escolhi com muito carinho uma prenda para uma festa de um colega da Irene. Fui de propósito comprar o livro preferido dela, pelo qual estávamos apaixonadas e muito feliz por poder partilhá-lo. Queria também que fosse a Irene a dar para ela dar "um pouco do que gosta a outra pessoa". Quando lá cheguei, a actividade era tanta (estavam todos a brincar num ginásio enorme cheio de colchões e trampolins) que acabei só por deixar a prenda depois num sítio onde estavam todas as prendas também por abrir. Fiquei algo desapontada porque queria explicar a história e queria que a Irene desse, mas percebi que seria só atrapalhar a brincadeira (e com algum egoísmo à mistura) ir buscar o aniversariante de 3 anos e dizer "vem cá que tenho uma prenda, agora desembrulha, gostaste?". Se todos os convidados o fizerem, o miúdo não faz nada. Além de ser apenas um espectáculo para quem dá. O miúdo não vai brincar com as prendas naquele momento e muito dificilmente terá uma reacção "à altura", a não ser que seja "a cena", tipo um Chase a sério ou assim.  30 convidados (por exemplo), 30 interrupções. 

Há outra questão ainda que, na altura, pensei: será um momento agradável para a maioria dos pais? Expôr a prenda que deram assim? Há pais que não terão possibilidades para dar mais, há pais que não tiveram tempo para grande coisa ou há pais que voltaram a embrulhar prendas repetidas e que não podem dizer "depois têm aí o talão se quiser trocar". Para quê esse espectáculo todo? Para quê esse sublinhar do lado materialista da festa continuadamente se o dia só por si é especial?  Sei que é uma tradição gira e eu a sério que adoro receber prendas, mas se a criança está feliz, está entretida, para quê?

Também se pode dar apenas pelo prazer de se dar, digo. 

Houve uma amiga minha que, na festa, provavelmente a adivinhar o que iria acontecer ou então só para ficar como memória que assinou os dois livros que deu à Irene. Além do próprio presente de embrulho ser especial: eram os desenhos da filha. A miúda farta-se de desenhar e muitos em vez de irem para o lixo vão como "presente" - o que acho uma ideia fabulosa, by the way. Quando abrimos as prendas em casa, com mais calma, menos barulho, mais foco, soubemos que aqueles tinham sido pela Mãe, Pai e Matilde porque estavam assinados e porque o Pai tinha explicado o que era o papel de embrulho. A Irene ficou a saber de quem eram, eu também e foi bonito na mesma. Temos lido um dos livros com frequência. 

No outro dia fomos jantar com o meu pai, madrasta e irmão e eles perguntaram se a Irene estava a gostar do órgão dobrável que tinham comprado de propósito para não ocupar espaço e porque sabiam que ela gostava de instrumentos musicais. Ficámos todos contentes de saber que a prenda tinha sido certeira e que era do avô. Calhou.

A minha mãe, porém, estava muito ansiosa por saber a reacção da Irene à prenda que comprou. Tinha sido eu a recomendar e, por isso, em princípio nunca seria ao lado. Então fez questão que a Irene abrisse logo à frente dela e assim foi, abriu. Não reparei na reacção. Sei que adora a máquina e que não a larga, adora tirar fotografias e fazer vídeos - a quem sairá... (aos dois, eu sei). 

Agora, por princípio, não me parece oportuno abrir presentes a meio da festa, por todos estes motivos e também porque acho um showoff desnecessário para os outros miúdos. Além de que, em princípio vão abrir as prendas mas nem sequer vão brincar com elas. 

Se é falta de educação, a sério que peço desculpa aos convidados da festa da Irene. Mas peço, se calhar, mais desculpas por não ter comprado talheres e, por isso, terem tido de abocanhar o bolo directamente do prato do que por causa disto. É só uma postura. Há outras. 

Os familiares mais próximos, por exemplo, terão oportunidades mais especiais para dar a prenda sem ser no meio do "espectáculo". Com mais calma e até poderão brincar com elas e com o aniversariante. 

Se realmente derem à Irene só papel de embrulho sem nada lá dentro... não vejo como isso possa ser negativo. Por mim até pode haver quem não leve prenda. Não reparei quem levou prendas ou não nem vejo isso como um requisito obrigatório para uma festa (apesar de levar sempre). 

A Isabel da Joana Paixão Brás e a Irene.


Sobre a festa: 

Pinturas e animação:  FUNtoche
Espaço e organização:  Chan Events Planner
Bolos e doces: Mil Cores e Mil Sabores
Fotografia: Inês da Yellow Savages

Outros posts da festa da Irene aqui. 

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Finalmente já não tenho que a abanar mais para a adormecer!

Há imensa gente que sabe do que estou a falar. Somos muitos os prisioneiros de um mecanismo qualquer de adormecimento nos nossos filhos. 

No meu caso e da Irene começou por ser com a maminha. Mais tarde, negociado, tive de arranjar outro recurso para a adormecer  ou, até mesmo com a maminha, quando a punha no berço, arranjar maneira para que ela lá ficasse (foi até bastante pacífico graças à Constança do Centro do Bebé). Desenvolvi, visto que ela não falava, o "abanar o rabo". 

E atenção que nada era pacífico no momento de a adormecer. Dava-lhe mama sentada e depois punha no berço e acordava e chorava. Ou dava-lhe mama em pé a vaguear pelo quarto e ela não parava de chorar. Ou tentava não lhe dar mama ela chorava na mesma. Punha-a só no berço e chorava. Nunca foi fácil. Nunca. 

A quantidade de vezes em que me escorriam lágrimas enquanto tentava adormecê-la... Cansada, irritada de não conseguir mas, acima de tudo, cansada. Não dormia. Mesmo quando dormia não dormia e adormecê-la era como uma prova de resistência, daquelas que fazíamos na escola de correr durante 10 minutos sem parar ou mais. 

Voltava para a sala com ela, milhões de vezes. Em que tinha de respirar fundo, tinha de chorar. Tinha de a pousar algures para voltar a sentir os meus braços, mas sempre com a cabeça a "lixar-me o juízo": "não dormiu agora, vai adormecer mais perto da hora do lanche e depois para pegar o sono da noite vai ser pior". E, se me permitem, naquela altura, pior que tudo isso? Eu não podia ter tempo para mim. Nem apenas uma hora em que fingiria que iria dormir a sesta só para estar um bocadinho sozinha ou em que tentaria mesmo dormir. 

Tentei muitas coisas. A contar números até ao infinito, a contar histórias sem nexo (ela ainda não falava) e que, às vezes, até resultavam porque eu própria me perdia nos enredos e acabava por me acalmar até que descobri: abanar o rabo. 

Virá-la de barriga para baixo e cantar ou contar uma história enquanto lhe abanava o rabo ao mesmo tempo que fazia com que ela ficasse imobilizada (nossa, que violência), fazia com que ela fosse obrigada a descontrair o corpo. Já tinha de estar na cama também, o que ajudava. Depois, para tirar a mão era outro terror. Tive de desenvolver técnicas e timings ninja para conseguir tirar a mão sem que ela acordasse, mas sempre melhor do que a ter ao colo durante horas (eram mesmo horas,  às vezes). 

Confesso que foram algumas as vezes em que, mesmo assim, chorando de desespero, lhe abanava o rabo. Às vezes, se calhar, rápido demais para a distrair ou para lhe fazer um snap out of it. Agora, olhando para trás, o cenário, se alguém nos tivesse visto, seria impressionante, seria mesmo de quem precisaria de alguém que nos ajudasse. E precisávamos.

Pelo meio passou a dormir a noite toda (aos 3 anos). Isso fez com que eu conseguisse ter um pouco mais de paciência e de esperança e de - vocês sabem - vontade de viver. 

Abanar o rabo passou a ser o sistema. A rotina é ler a história, dar mama, pôr na cama, e abanar-lhe o rabo enquanto canto uma música que o pai inventou para conseguir adormecê-la quando voltei ao trabalho tinha ela 1 ano e meio. E assim tem sido até recentemente. 

Aos poucos têm surgido outras possibilidades e, de repente, já não tenho de ficar com o braço dormente e tentar trocar de braço sem que ela repare. Ou estar sempre a cantar a mesma música ou... De repente, o que "surgiu" foi fazer-lhe cafuné, festinhas e massagens nas costas ou nas pernas quando dorme sem calças... Caramba. Como tudo mudou e para tão melhor. 

Acabou a prisão - até ver - de lhe abanar o rabo e agora tenho só de lhe fazer miminhos - que chatice!! Agora quase que nem tenho pressa para que ela comece a adormecer sozinha. Gosto tanto. De repente, o pior momento do dia passou a ser um dos meus preferidos. Aquele é que me recalibro. 

Desculpa, filha, a Mãe estava tão cansada... Ou às vezes está tão cansada... 


Isto, claro, quando não "tenho pressa". Senão perco-me toda na mesma, mas agora com mais margem de conversa visto que a miúda já tem 4 anos. :)

Como é que vocês os adormecem?

Tudo o que já escrevemos sobre o sono aqui
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4.08.2018

Muito cuidado com as etiquetas.

Isto parece daqueles posts que vemos partilhados nos fóruns de mães em que há uma alarme gigante para algo que durante anos foi considerado normal. Ja quase evito ler essas coisas porque, de repente, o mundo todo muda só por ter lido aquilo - seja verdade ou não. Já não consumo caldos que começam por K (não, não estou a falar de uma marca chamada Kaldos, ahah) porque não sei quê, há aquela marca que faz não sei quê, as garrafas com palhinha incorporada e que não dê jeito lavar por dentro causam mictoriavite e depois tem que se fazer uma receita de farinha de alfarrobra... 

A quantidade de coisas a que temos de andar a fazer rabias hoje em dia para que tudo corra bem é, no mínimo, enervante. Isto, claro, se pertencerem ao mesmo grupo que eu: o que procura coisas para se enervar. 

Não vou falar das etiquetas da roupa, não. As roupas com etiqueta não fazem com que os vossos filhos, no futuro, consigam andar menos bem a pé coxinho. Não são essas etiquetas. São as outras, as etiquetas que nos atribuímos a nós mesmos, aos outros e, pior, a eles (disclaimer: menos piaducha daqui para a frente, agora). 

Estamos sempre à espera de arrumar coisas.

As pessoas em categorias:

ela é...
boa

estúpida
inteligente
rameira
(...)

arrumarmo-nos a nós mesmas:

feia
gorda
estúpida
trapalhona
burra
(...)

ou ainda aos nosso filhos:

teimoso
burro
trapalhão
mentiroso
lento
terrorista
porco
gordo
preguiçoso
mimado
(...)

As etiquetas que damos a nós mesmas resultam em grande parte das etiquetas que, algures, alguém nos deu (e que deixamos que dessem), sendo que fomos mais vulneráveis às etiquetas dos nossos pais - pessoas em quem confiámos a nossa vida (também não tínhamos grande opção) e, por isso, se dizem que somos gordos ou trapalhões, é porque deve ser verdade. 

O pior é que mesmo os nossos pais, que nos terão etiquetado de determinada forma, poderão fazê-lo (sem mal) para se sentirem melhores com eles mesmos. Por exemplo: para que eu seja reconhecida como a melhor a trabalhos manuais "lá de casa", nunca irei dar espaço (inconscientemente) aos outros para que evoluam ou que façam, assumindo esse título, essa etiqueta.  O mesmo com elegância, inteligência, memória, sentido de humor, dinheiro, sucesso...  Para se ser "o mais", os outros têm que ser "os menos". Enfim. Já deu para perceber a ideia.

Escrevo este post para vos aliciar a pensar nisto (já que estou a tentar também):  

1) Estarmos atentas às etiquetas que andamos a pôr aos nossos filhos e tentarmos desconstruí-las. Ninguém é nada aos 4 anos (por exemplo, mas muito menos antes). Ainda estão em formação. Se começarmos a tratá-los como se fossem teimosos, eles assumirão esse papel. Muito como quando namoravam e a vossa melhor amiga dizia "Eish, o teu tipo novo é muito feio" e, de repente, no dia seguinte... já vos parecia mais feio. É importante que tentemos afastar-nos desta tendência que temos de arrumar as pessoas. Para uma criança ser teimosa, por exemplo, são precisos dois. E ninguém "é", as pessoas "vão sendo" ou "estão a ser". Eu já fui uma pessoa muito isto, mas noutra fase sou outra coisa. Agora até sou mãe. Impensável antes.

2) Desconstruirmos as etiquetas que nos puseram. Não é porque a nossa mãe ou o nosso pai um dia nos terem dito - zangados ou frequentemente - que nunca vamos ser nada ou que somos qualquer coisa desagradável que o somos e muito menos para sempre. Não é porque tivemos um namorado possessivo e porque nos fazia sentir isto ou aquilo que o somos verdadeiramente ou que o vamos ser para sempre. Temos de recuar. Pensar. Desconstruir. Limpar. 

Por sabermos o quanto as etiquetas nos poderão magoar, temos de ter cuidado com as que usamos nos dia-a-dia. Em nós, nos nossos filhos, familiares...

Podem ver o que quiserem ver nesta fotografia. Etiquetarem-me como quiserem. O que eu vejo é uma miúda a não saber posar para fotografias sem fingir que é instagramer e contente por estar a viajar (que já não estou, entretanto). 

Era só isto. Chato, eu sei. Imagino que 1 pessoa tenha lido até aqui e que, se calhar, nem fui eu a reler o post por ter adormecido a meio. :)

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4.04.2018

Ela rejeita-me.

Tantas vezes que ouvi isto. Tantas vezes que vi isto. Desde que ela nasceu que a nossa relação não foi simples. Ou eu estava à procura de sinais de que as coisas não estivessem a correr bem por não me achar merecedora de tanto ou efectivamente passámos por dificuldades juntas. 

Desde ela só chorar quando estava no meu colo e no do pai ficar calma (que é normal também pelo pai não ter leite e, por isso, ela não ter que pedir), desde a não conseguir adormecê-la e ser sempre um choro despegado, desde a rejeitar a mama durante o dia e só mamar a dormir (ali por volta dos 3 meses), desde a não gostar muito de andar ao colo comigo, a não tolerar muito bem o marsúpio, a não comer sopa comigo, etc. 

Talvez porque achei que não devia ser mãe e tinha metido na cabeça que não ia ser. A nossa cabeça consome-nos de variadas maneiras. Tanto pode acrescentar como retirar e a minha tem um prazer mórbido de retirar, talvez para depois, pelo menos, ter o conforto de me dizer: "eu já sabia". Assim parece que as coisas doem menos. 

Hoje em dia a história é a mesma, mas conto-a de maneira diferente. A Irene, seja por que razão for não gosta do meu cheiro. O meu cheiro natural, parece-me, não lhe agrada (ahah isto assim isolado, parece ser o post mais estúpido de sempre). Tenha eu lavado os dentes ou não (comer picanha e depois ir cantar músicas para a caminha dela talvez não seja porreiro), ela diz-me sempre que não gosta. 


Podia chorar muito com isto, podia ser mais uma coisa para me martirizar, mas não tem sido. Comecei a contar uma história diferente em que eu não seria o problema, mas em que a realidade é como é porque sim. Uma frase que tenho ouvido muito e que cada vez me diz mais é "Está tudo certo!".  O que tenho contado a mim própria sobre isto, sendo que prezo a minha higiene e, por isso, não será por não estar "limpa" (pá, estou a reler o post e só me rio) é que, por ser uma pessoa algo ansiosa, o meu cheiro, o meu suor terá componentes diferentes do suor de uma pessoa que apenas se tenha cansado. É um cheiro de "perigo". Lembro-me de o sentir quando a Irene passava o dia todo sem mamar. Eu andava num pânico constante e o meu cheiro, ao final do dia, o meu suor, era completamente diferente. Agora deve sê-lo na mesma (apesar de andar muito mais calma, continuo a ter os meus desafios) e, por não ser tão evidente, não o sinto. 

A Irene quer dormir (gosta de dormir, tenho sorte e acho que também ajuda não usar a cama como punição de alguma coisa, mas como um momento de miminho) e a mãe, deitada a seu lado, cheira-lhe a "perigo", a "medo", a "ter que fugir". A brincar, a brincar (ou não, ahah) somos animais e os nossos corpos também têm a sua forma de comunicar e o meu comunicar-lhe-á o contrário das festinhas no cabelo. 

Seja isto tudo uma fantasia ou não, fico contente por não ouvir no "não gosto do teu cheiro" um "não és boa mãe", mas sim apenas "não gosto do teu cheiro". 

É preciso ter o sono em dia para conseguir fazer estes raciocínios. E sei que muitas de vocês não têm, por isso quis partilhar convosco para ver se vos dava um empurrãozinho só a mudar o ângulo das coisas. 

Nem acredito que escrevi na internet algo que dê a entender que cheiro mal... enfim! 

Tomem uma fotografia minha em que estou muito bonita para ver se compenso (ignorem o facto de terem tido que me cortar a testa para parecer da espécie humana e também de parecer que tenho dois cotos em vez dos braços completos): 



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4.03.2018

Como dizer que não aos avós?

Muitas de nós tem de lidar com dois pares de avós: os seus pais e os do seu respectivo - que frase mais óbvia, eu sei, mas já explico. Outras famílias, com uma estrutura menos clássica, têm de lidar com 4 pares de avós e, na volta, até 6: os avódrastas e os avôdrastos. É muita gente para gerir, seja em que situação for. 

Nem todos nós temos um alinhamento perfeito com os valores dos pais. Alguns continuam a mesma linha de "pensamento", outros preferem quebrá-la, construindo a sua identidade naquilo que parece ser o oposto do seu "berço".  E, para além disto, ainda há também a cerimónia que se quer fazer com os sogros. Não queremos fazer com que se sintam isto ou aquilo, mas primeiro está a nossa criança e o que queremos para ela. 

Vivemos numa época - digo eu a atirar para o ar porque, como estou incluída, pouca noção tenho da pressão ser maior ou menor do que noutros tempos - em que ligamos a muuuuuuiita coisa. Em que prezamos muito a criança como pessoa, as suas vontades, desejos, sonhos e representações psíquicas (palavrão, eu sei, mas o que eu quero dizer é que, por exemplo, apesar do bonequinho com que dormem para nós ser só um boneco que parece um trapo, para eles é uma segurança brutal e conseguimos respeitar isso noutras situações menos óbvias). Mas isso é agora. Os nossos pais terão tido pouco disso, provavelmente.

E estando nós cada vez mais conscientes da nossa pegada (ecológica/digital...) parental, é normal que a pressão suba e que a nossa atenção também. 

Há um gap muito grande entre a nossa geração e a geração anterior no que toca a isto da parentalidade.

E é difícil ser a "chata" da família, a quem toda a gente revira os olhos ou que bufa, a que faz reparos e recomendações por ter crenças e valores que gostaria que fossem seguidos pelos outros.

Sei que os avós não fazem por mal. Era o que faltava. Sei que todos os avós amam os seus netos (gosto de pensar que sim) e que fazem tudo sem mal, mas as crianças têm que estar acima deles nisto de quererem ser gostados. 



Dizer que não é também uma forma de amor. É intimidade. E se alguém da família não se sente à vontade para dizer que não à criança é porque precisa de mais tempo com ela, para ganhar espaço. 

De resto, é porreiro respeitar os pais. Independentemente de se concordar ou não, além de não ser simpático contradizer o que a mãe ou o pai dizem, também a criança poderá não saber onde se movimentar. 

Não sou psicóloga - já quis ser - acho que a diferença é muito útil para a criança saber mover-se, para adquirir conhecimento, mas quando são pequeninos, os pais precisam de ser respeitados até para sentirem confiança em deixar os bebés com os avós. 

O que para uma avó "é uma papa com açúcar, comeste muitas e não morreste", para a mãe pode ser "não posso confiar em ti para ficares com o miúdo, vais decidir sempre tu tudo". 

Isto leva-me a: como dizer que não aos avós? Custa mais dizer que não a um neto ou dizer que não a um avô? Não acredito que gostemos de fazer reparos, acho que preferiamos não ter que os fazer. Uns evitamos, outros não conseguimos, mas acho que um dos nossos maiores sonhos era sentir que (atenção à frase de trampa à Gustavo Santos - ele deixou o Facebook??)... 


nós somos as capitãs do barco que é a vida do nosso filho pequenino e que a família é a tripulação,  remando todos para o mesmo lado. 

Isto porque hoje passámos o dia em casa da minha mãe e foi fabuloso (acabamos por ficar umas 5 horas a mais do que tinha planeado e até adormecemos lá), mas dei por mim a pensar que também deve custar aos avós sentirem que nada do que fazem é de jeito e que estão sempre a ser julgados. E que, por não estarem a fazer bem agora, significa que se acha que o que fizeram antes não estava bem feito... 

Ui, eu poderei vir ser uma avó difícil de gerir, das opinativas, das metediças, das que contraria, mas darei o meu melhor para criar uma Irene em quem confie para criar os meus netos. E, acima de tudo, darei o meu melhor para que ela confie em mim. 

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4.02.2018

A minha filha é mal educada?

Não me quero armar em Paula Bobone das crianças ou em Cesar Millan, mas tenho-me interrogado sobre o que será isto "das boas maneiras" nas crianças. Sei que é uma conversa que pode levar para aqueles polos habituais do "educação permissiva/parentalidade positiva" - que, by the way, uma não tem nada que ver com a outra" - e "a palmada na hora certa/ter limites" - que, by the way, uma não tem nada que ver com a outra.

Relativamente às "boas maneiras" da Irene, desde cedo que eu e o Pai lhe ensinámos o "se faz favor" e "obrigada". É algo automático, acho que não percebeu nunca bem como funciona, mas funciona muito a favor dela porque quando estou enervada com algo, se ela me pedir decentemente, até baixo um pouco a irritação. 

Aliás, a Irene sabe que é "obrigada" que se diz por ser menina e que "obrigado" é quando se é rapaz. 

Para além disso, ainda não consegui que esperasse que "os crescidos" acabassem de falar para falar também. Também não consigo que não saia da mesa à hora de jantar. Nem consigo que não se ponha aos berros enquanto falo ao telefone a perguntar-me quem é. 

em Maio de 2017.


Acho sinceramente que o conceito de obrigar uma criança de 4 anos a ficar 40 minutos à mesa a jantar é complicado. Nem sei se é assim tão importante para mim ensinar-lhe nesta altura. Quando tiver 6 provavelmente digo-lhe que não quero que saia da mesa e não sai e pronto. 

Sabe que não se bate. Sabe que quando alguém está triste ou que precisa de ajuda é para ajudar. É trapalhona com os talheres, às vezes cospe para o prato (às vezes para o chão quando está mesmo aflita com o sabor), às vezes sai-lhe uma mão que, a meio da irritação, zangada por lhe ter dito que não, me acerta. 

Sabe que não pode incomodar os outros, mas só depois de lhe relembrar. Não será isso normal? E até desejável? Eu não gostaria que a miúda, aos 4 anos, não se distraísse e fizesse barulho por estar tão divertida e concentrada nalguma coisa por "não posso por causa dos vizinhos". 

Será a miúda mal educada? 

Eu acho que é uma criança. Tudo a seu tempo. 

E, mães que têm filhos a fazer birras na rua, eu não sou aquela que, por ver a criança a chorar imenso que vos julgo. Eu estou no vosso lugar também. Que não vos suba a temperatura por acharem que toda a gente que olha para vocês (está uma criança a fazer um chavascal, é normal) quer que vocês terminem o assunto imediatamente com um berro ou com um "correctivo". Há quem não esteja. Eu não estou!

Mais mães por aí que não estejam a julgar? 

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